Em 1991 trabalhei em um jornal na cidade de Pelotas. Comecei como digitador. Algum tempo depois passei a revisor. Neste mesmo jornal ainda publiquei alguns artigos voltado para a imprensa independente. Naquela época não existia internet, não havia como ler artigos interessantes voltados para a opinião pública. Mas existia sim um grupo de pessoas as quais me identifiquei na época com publicações caseiras, chamados FANZINES, que eram revistas elaboradas em papeis de ofício A4 ou meio A4, datilografadas ou até mesmo manuscritos, voltados para diferentes assuntos: histórias em quadrinhos, poesia, música, pornografia, autobiografias, fotografias etc. Um mundo literário muito rico e que se perdeu no tempo. Confesso que até os meus fanzines desapareceram.
Mas a literatura independente era para poucos e não tinha valor econômico. Passei na faculdade de jornalismo e publicidade na Universidade Católica de Pelotas e cheguei a ingressar no curso, mas as dificuldades financeiras me podaram e tive que dedicar meu tempo integral a um novo trabalho. Entrei no ramo de combustíveis e lubrificantes e logo parti para a capital do Estado.
Em 1998 trabalhei para um distribuidor Shell durante três anos, atendendo o varejo e hipermercados. Neste período tive grande aprendizado
Em junho de 2001 me desliguei da Shell e passei a trabalhar com a francesa Elf como assessor comercial e promovendo novos produtos, já que estava acontecendo um despejo de novas tecnologias em motores e caixas para os veículos e não havia informação suficiente no mercado para confirmar a tal evolução. Os lubrificantes desenvolvidos na Fórmula 1 estavam muito perto dos consumidores finais. A Europa passou a ser o maior centro de desenvolvimento de motores e as companhias petrolíferas que estavam neste grande centro foram as primeiras a terem aprovações e homologações dos fabricantes, como exemplo a Citröen com a Total, a Renault com Elf, a BMW com a Pentozin, e assim por diante.
No Brasil as montadoras passaram a exigir novas viscosidades e produtos com novas aprovações como a norma européia ACEA (Associação dos Construtores Europeus de Automóveis) e a norma Euro que está voltada para os níveis de poluição. Uma nova geração de lubrificantes e fluídos estavam chegando ao Brasil. Foi preciso paciência e boa capacidade de comunicação para deixar os consumidores interados sobre o assunto. Além de vender, teria que ser um pouco técnico, um pouco químico e um bom relações públicas.
Em novembro de 2007 pedi transferência para voltar a morar na cidade de Pelotas, a procura de melhor qualidade de vida para meu filho que tinha três anos e para a minha esposa que tinha uma escola infantil na cidade de Canoas e passavam o dia inteiro encerrados na escolinha, voltando somente no fim do dia para casa.
Passei a desenvolver o mesmo processo de trabalho na região da fronteira do Rio Grande do Sul, dando orientação técnica e auxiliando novos clientes em seus negócios.
Foram quase oito anos como colaborador da Elf e Total.
Em novembro de 2008, insatisfeito com os rumos que tomou o ramo dos lubrificantes, rompi contrato com o distribuidor responsável no Rio Grande do Sul.
Continuo atuante na área de negócios e tomei como aprendizado que sou apenas uma ponte que pode ligar o consumidor a fábrica. Tenho que ser astuto, corajoso e perseverante, sem esmorecer. Defendendo os interesses de meus clientes.
"O mundo não é dos espertos, mas sim dos dedicados"
